domingo, 12 de fevereiro de 2012

Poesia morta

Poesia morta

Quando jovem,
Minh'alma lirava incontrolavelmente
Hoje não.
O que mudou?

Foi minha inocência que expirou?
Foi a crença no amor que murchou?
Foi a empolgação com a vida que passou?
Foi a inspiração pura que acabou?
Foi o truque de mágica que se revelou?

Quando jovem,
As experiências se revestiam de sonho
Meu viés era risonho
Nas promessas que ouvia, acreditava
Por vãs ilusões românticas suspirava

Quando jovem,
Não tinha esse peito calejado
Acreditava em amizade verdadeira
Hoje sou como gato escaldado
Que se sabe sem âncora, sem eira nem beira

Hoje adulta,
Percebo como era estulta
Cega e surda
Mas achava que tudo via.
Hoje sei que pela vida
A regra é a solidão
E que o amor é uma ilusão

Creio que morreu minha inspiração
Quando percebi
Que meu sonho de "ser feliz"
Desbotou, feneceu, mudou de matiz
De technicolor tornou-se griz

12/02/2012

O fogo e a agua

O fogo e a água

O fogo é afoito
Enquanto a água sabe seu tempo
Se o primeiro já está morto
O segundo já fez bem feito

O fogo me consome
Nunca aplaca a fome
O será somente gula?
Por ouvir outra palavra chula
Mesmo que a saciez seja nula?

A água me trata
Como uma rosa fluorescente
Bela como prata
Por mais rápido, lentamente
Mesmo fenecente
Sentindo uma ânsia inclemente

Mas que seja o quê for...
Venha quem vier
Ainda que traga dor
Será para quem quiser
Para quem pedir
E quiser comigo sentir
O fogo com a água duelar

O quê mais vale arriscar:
Se queimar
Ou se afogar?

2001
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